A Graça – Parte Final

20 Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos;

21 estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.

22 Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus.

23 Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.

24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.

25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.

26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.

27 Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.

28 Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei.

(João 12:20-28)

 

 

Já vimos que a promessa de Deus feita através do profeta Joel se cumpriu. (Joel 2:28-32) Hoje temos conosco o Espírito de Deus. Essa comunhão do Espírito nos garante acesso ao Pai e nos faz bem-vindos ao seu Reino. Também vimos que o primeiro passo para que possamos receber a promessa é o arrependimento, reconhecendo nossa condição e que somente em e por Cristo alcançamos salvação.

Mas uma vez que recebemos a graça, sendo arrancados deste mundo e transplantados para o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1:13), Deus tem o desejo de compartilhar conosco a sua natureza. E mesmo que somente o selo da graça nos baste para a salvação. (2 Coríntios 12:9) Ele quer que sejamos exemplos como seu filho foi. Pessoas regeneradas, transformadas, que já não possuem um pensamento segundo o padrão dos homens mundanos, que desconhecem a verdade, mas que pensem, hajam e sintam segundo o Reino dos Céus.

Então para isso Ele compartilha conosco dons, poder e serviços, de modo que sejamos participantes da expansão do Reino de Deus na Terra. (I Coríntios 12:4-12) Mas mais importante do que tudo que eu queira, possa ou faça, o mais importante realmente é estar cheio do Espírito de Deus.

 

Selados versus cheios do Espírito

Todos nós quando cremos em Jesus como o unigênito filho de Deus, o cordeiro que perdoou nossos pecados, somos selados no e pelo Espírito Santo, como está escrito:

 

“... depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.

O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória." (Efésios 1:13-14)

 

Este selo é o nos garante como salvos da condenação vindoura, que colocou nossos nomes do livro da vida e é o que confirma em nosso coração que somos filhos de Deus. "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Romanos 8:16-17)

Mas existe uma diferença entre estar selado e estar cheio do Espírito Santo. E muitos cristãos não compreendem essa diferença. E na maioria das vezes também confundem dons do Espírito com estar cheio do Espírito. É por essa confusão que vemos tantos cristãos operando dons, mas seus comportamentos cotidianos não demonstram os frutos do Espírito.

Só dá frutos do Espírito aqueles que permitem serem cheios. E aqui está o segredo, permissão.

Deus apesar de ser Todo-poderoso, soberano de tudo que há, ainda assim, ele respeita a vontade do homem. E respeita mais ainda a vontade de seus filhos. Então se você não permite que Ele se achegue a você, submetendo-se primeiramente, para que depois Ele possa compartilhar de Sua natureza com você. Você passará por esse mundo sendo um exemplo ruim de cristão.

Sendo cheios do Espírito

Mas para sermos cheios do Espírito de modo que os frutos comecem a brotar em nós e a graça de Deus (seu Espírito) se manifeste em toda a sua plenitude, é preciso primeiro morrer. Em João 12:24, Jesus diz:

 

23 Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.

24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.

25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.

26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.

 

Morrer neste caso, além de Cristo se referir a ele mesmo e sua morte, também está nos ensinando o que depois é simbolizado pelo batismo. E que em termos práticos é o que chamamos de abnegação.

Abnegação é a ação caracterizada pelo desprendimento e altruísmo, em que a superação das tendências egoísticas da personalidade é conquistada em benefício de uma pessoa, causa ou princípio; dedicação extrema.

Assim, só faz a vontade do Espírito. Aquele que não faz mais a própria vontade. Só é cheio do Espírito, aquele que se esvazia de si mesmo. Aquele que morreu para este mundo afim de nascer para o Reino de Deus. Como está escrito:

 

1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?

2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do pecado.

8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,

9 sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

11 Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;

13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.

14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.

(Romanos 6:1-14)

 

Assim, para que possamos ser cheios do Espírito é preciso que morramos para nós mesmos. E uma vez cheios do Espírito, a graça se manifesta em nós de forma que começamos a dar seus frutos.

 

Conclusão

E os seus frutos são, Amor: onde passamos a consolar, compreender e amar o próximo; Alegria: passando a glorificar a Deus por tudo e em tudo; Paz: tendo tranquilidade em meio às tribulações; Longanimidade: tendo paciência consigo mesmo e com a caminhada de cada pessoa; Benignidade: sendo acolhedor, solidário e doador ao próximo; Bondade: sendo misericordioso e vencendo o mal com o bem; Fidelidade: sendo verdadeiro e fiel aos compromissos e deveres com Deus e o próximo; Mansidão: sendo dócil no modo de pensar, olhar, falar, agir, acolher, exortar e ensinar; e, Autodomínio: sendo capaz de controlar os próprios comportamentos, atitudes e desejos, libertando-se das escravidões, dos vícios e atos maus.

Deseje, busque e viva para ser e sempre estar cheio do Espírito de Deus!